O Natal é uma festa de muitos símbolos. Árvore, bolas, luzes, comidas e presentes. Todos estão direta ou indiretamente ligados a culturas do hemisfério norte. Boa parte deles remonta a religiões muito antigas que depois foram assimiladas e ressignificadas pelo Cristianismo. Toda celebração, é claro, precisa remontar para antes de si e apontar para além de si. Precisa conjugar memória e esperança. Por isso, mesmo em outra cultura, vale a pena resgatar a simbologia desses elementos todos. Há lições valiosas a serem trazidas à tona. O problema é que, no Brasil, simplesmente importamos tudo isso e sequer nos ocupamos de buscar nas culturas populares locais - indígenas e africanas, por exemplo - elementos que tornassem o Natal mais próximo da realidade das pessoas. Ficar reforçando símbolos do inverno europeu em pleno verão tropical é mais que inadequação - é proposital: não gostamos de ser quem somos; queríamos ser como “eles”.