Em tempos de campanha eleitoral, ultimamente, as pessoas têm se portado, especialmente aqui nas redes, de maneira hostil e polarizada. Há discussões inflamadas e, até, perdas de ‘amigos’.
A questão é: vale a pena? Há alguma lógica em se envolver em discussões eleitorais em defesa de políticos que, de uma forma ou de outra, estão apenas em busca do poder?
Pensando apenas por esse lado, não. Não há que se mergulhar em discussões em nome de quem, lá no fundo, está mais preocupado consigo mesmo do que com a coletividade.
Por outro lado, entretanto, a gente deve ter liberdade de se colocar em qualquer lugar, em qualquer posição; desde que não haja, a partir disso, é claro, agressão e violação do lugar do outro.
Além disso, isolar-se no espaço da não discussão só interessa mesmo a quem não deseja perder o seu lugar nos postos de comando. A não politização da sociedade só interessa ao político tradicional e com o qual todos estamos cansados. Odiar política só ajuda a política odiosa.
Em outras palavras, a gente não precisa assumir posição em defesa de pessoas, simplesmente. Mas sim de bandeiras, princípios e valores. Temos até o direito ao silêncio. Mas isso pode apenas reforçar o estado atual de coisas - que não é nada bom.
Por isso, insisto que tentemos tornar as redes sociais espaços mais humanizados - de confronto de ideias e de respeito pelas diferenças.
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(*) Ricardo Lengruber é professor. Doutor pela PUC Rio, tem livros e artigos publicados nas áreas de Educação, Religião e Políticas Públicas. Foi Secretário de Educação em Nova Friburgo, presidente da ABIB e é membro da Academia Friburguense de Letras. Visite www.ricardolengruber.com
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