Pentecostes é o tempo da oferta das coisas melhores; tempo de uma generosidade abnegada. Tempo mais de entrega do que de cumprimento de obrigações. Ainda que o trabalho seja duro, o fruto dele pode (e deve) ser repartido.
É tempo, também, de compreensão do valor libertador da Lei, se percebida e vivida como instrumento de coesão. Há leis que matam e há leis vivificam. Em Pentecostes, a Lei assume sua missão mais profunda e original: libertar e garantir a liberdade.
Pentecostes é o tempo de aprender a falar e a compreender a língua alheia; tempo de entender, pelo menos, que há outras diferentes formas de expressão comparadas a que eu uso.
Um mundo pentecostal é, essencialmente, um mundo generoso, livre e tolerante.
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Pentecostes é tempo de aprender a ouvir o outro; e aprender a falar de modo que o outro compreenda. Isso se chama diálogo.
As representações (ocidentais tradicionais) da Santa Ceia são brancas e masculinas. Porque é assim que enxergamos a realidade (desde a perspectiva do macho, branco, ocidental e cristão).
Mas a vida é bem mais complexa e generosamente plural. É um esforço, sim, vê-la pela ótica das "minorias" (que de minoria nada têm). Mas é, acima de tudo, justo e historicamente mais razoável.
Afinal, já estamos no século XXI. Já passou da hora.
Axé, Shevuot!