Com a proximidade das eleições, estão descobrindo que há pré-candidatos cuja maioria dos seguidores nas redes sociais são robôs. Há um caso em particular que esse número chega a 63%.
A pergunta que não quer calar é a seguinte: são os robôs e seus softwares de inteligência artificial que estão evoluindo a passos largos? Ou somos nós humanos que temos interagido na rede como robôs?
Estaríamos nos robotizando? E seria apenas na rede?
Não se trata de ofensa a uma pessoa ou a um grupo de pessoas em particular. Mas uma indagação para mim mesmo. Em que sentido temos perdido a chance de construir uma rede mais humana, menos binária? Mais propositiva do que simplesmente problematizadora?
Eu sei que há situações tão complexas na atualidade que a tentação a que deixamos nos seduzir eventualmente é a robotização. Há momentos que a matematização da vida é uma saída aparentemente mais segura.
Mas será mesmo?
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(*) Ricardo Lengruber é professor. Doutor pela PUC Rio, tem livros e artigos publicados nas áreas de Educação, Religião e Políticas Públicas. Foi Secretário de Educação em Nova Friburgo, presidente da ABIB e é membro da Academia Friburguense de Letras. Visite www.ricardolengruber.com
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