Difícil essa questão ... especialmente em se tratando de tempos tão conturbados.
Em tese e por princípio, toda ação política deveria ser em favor da coletividade. Nesse sentido, um serviço, uma doação. É uma forma de manifestação do amor ágape. Pelo menos, deveria ser.
Na prática e por experiência, os atos políticos são afirmações de poder e arbitrariedade. Assim, são expressão de força e de controle. É o tal do amor eros.
Há, infelizmente, e talvez em maior proporção, a política como corrupção. Essa forma pública de converter amor em estupro. Não é uma questão de equívoco. É de apego ao eu sob a exploração do outro.
Tanto no amor quanto na política, há uma dimensão pública. Essa que tem a ver com os direitos alheios. E uma questão privada. A que diz respeito ao caráter.
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(*) Ricardo Lengruber é professor. Doutor pela PUC Rio, tem livros e artigos publicados nas áreas de Educação, Religião e Políticas Públicas. Foi Secretário de Educação em Nova Friburgo, presidente da ABIB e é membro da Academia Friburguense de Letras. Visite www.ricardolengruber.com
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