Eu ando pensando sobre o quanto as redes sociais virtuais têm me ensinado a dialogar de forma mais madura.
Primeiro porque é um exercício de expressão de ideias e opiniões que exige muita cautela: aprender a se posicionar de modo que a minha opinião não seja ofensiva a ninguém. Depois, porque requer muita atenção ao que está sendo dito pelo outro; demanda um esforço especial para se colocar no lugar do outro e tentar compreender sua perspectiva.
E é claro que o desafio é conseguir, por exemplo, levar essa experiência também para o mundo off-line.
As relações humanas exigem diálogo: falar e ouvir; posicionamento e respeito; partido e empatia.
Contudo, essas mesmas redes têm potencializado também muito rancor e agressividade. Não são raras as vezes em que a falta de cuidado com o pensamento alheio é uma verdadeira arma travestida de palavras.
Duas coisas, em particular, têm me chamado à atenção: de um lado, a falta de atenção; de outro, o excesso dessa mesma atenção. De um lado, gente que não lê e opina. Ou, quando lê, não consegue compreender a distinção entre as funções conotativa e denotativa da linguagem.
De outro, gente que ignora o cerne e foca no detalhe; e, quase sempre, no detalhe em que há um problema. É uma mistura explosiva de falta de interpretação de texto com ranzinzice.
É claro que há falta de educação e má-fé também. Mas isso é outra história.
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