A câmara dos vereadores de Friburgo faz alarde e propaganda anualmente sobre a devolução de dinheiro para os cofres do município. Em 2017, dos 14 milhões previstos no orçamento, a câmara devolverá duas parcelas de 700 mil. Em torno de 10%.
Alguns dados precisam ser observados para que tenhamos noção do que isso representa.
A Câmara teve orçamento previsto maior do que secretarias como, por exemplo, de Assistência Social, cujas demandas são, além de seríssimas, imensas.
Outro dado para refletir: a secretaria de educação gere um orçamento previsto de pouco mais de 120 milhões para aproximadamente 19 mil alunos; ou seja, R$ 555,00 por aluno/mês.
Além disso, dos 120 milhões da educação, a maior parte é oriunda de repasses federais, cabendo ao tesouro municipal uma parte bem menor.
Levando-se em consideração que são 21 vereadores, cada parlamentar custa, com base nos 14 milhões (e já deduzido o troco), R$ 50.000,00 por mês, cada um. Ou seja, o equivalente a 90 estudantes.
É claro que o vereador, pessoalmente, não ganha de salário tudo isso. Mas a máquina toda custa esse tanto (incluindo salários, assessores, técnicos de carreira etc). E a máquina existe para que haja o exercício dos 21 vereadores.
Não se trata de fazer o discurso que o Legislativo não tenha relevância. Ao contrário, é indispensável para uma democracia madura que haja independência e harmonia entre os Poderes. Mas há que se repensar esse tanto de gastos e as prioridades que a sociedade demanda.
Enfim, nossos vereadores custam, cada um, o equivalente a 90 alunos. E se o número de vereadores diminuir a conta só aumenta.
Isso explica muita coisa.