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FARINHA DO MESMO SACO


As ruas e as redes estão em ebulição. Desconfio que seja uma falsa ebulição. Mas que há um clima estranho, isso há.

Muita polarizarão. Muito rancor. Muita falta de educação. As notícias não são confiáveis; primeiro porque há gente brincando e gente sem entender o que é ironia e humor; segundo porque há matérias antigas sendo trazidas de novo à tona; mas, o piora de tudo: porque há grandes empresas dedicadas ao jornalismo que abertamente fazem campanha e manipulam as informações.

O governo anda mal. Muito mal. Não me recordo de um outro governo (nos últimos trinta anos) sem a menor condição política de governar. Uma lástima. Além disso, amarga acusações de corrupção seríssimas. Traíram a esperança de uma geração toda.

A oposição consegue ser pior. Afundada num mar de lama, não tem uma agenda séria. Não há líderes em quem enxerguemos um mínimo de coerência ou proposta consistente. É apenas gente fazendo pirraça por estar fora dos esquemas.

Isso sem falar nas também seríssimas acusações de corrupção. Mas como têm relações com a mídia e com o judiciário um tanto para lá de suspeitas, há muita seletividade.

O que incomoda, de um lado, é acharem que criticar esse governo que aí está é o mesmo que apoiar essa "oposição" direitista, conservadora e corrupta. Não é. Não pode ser.

De outro, o que incomoda é acharem que reclamar respeito pelas instituições é o mesmo que defender a impunidade. Não é, não. Quando a gente reclama da arbitrariedade da justiça e da polícia, a gente está reclamando direitos. Direitos que um dia, violados, baterão a nossa porta.

É fazer pouco caso da inteligência alheia quando se diz que o elitismo da bateção de panelas das varandas chiques não é a mesma coisa que se emocionar com o populismo. Ou que vestir camisa da CBF e pedir o impeachment não é sinal de lucidez política.

Entre uma sandice e outra, há gente inteligente nesse país.

O mesmo vale para o esforço de tentar compreender as coisas sem a leitura cega dos jornais tendenciosos. Qualquer pessoa de bom senso consegue perceber claramente como os noticiários de televisão estão em campanha. Abertamente em propaganda.

Reclamar e denunciar a corrupção só merece credibilidade se for "amplo, geral e irrestrito". Em todas as esferas e âmbitos de poder, transcendendo partidos e governos. Do contrário, é golpe, sim.

O que a gente precisa nesse delicado momento de nosso país é menos raiva e menos paixão. Menos parcialidade. Assumir um lado não significa escolher um dos dois times que estão em campo. Eles não diferem em nada. São farinha do mesmo saco.

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