Conhecimento é diferente de informação. Informação é dado. Conhecimento é processo.
O conhecimento, seguramente, é o que há com mais valor na sociedade contemporânea. Conhecimento que processa as informações. Conhecimento que analisa os dados e reflete criticamente a respeito deles.
Por isso, todo saber, todo conhecimento é plural também. Há muitas perspectivas possíveis na ponderação a respeito dos dados que temos. Até porque, em geral, sobre um tema, não temos todos os dados. Há sempre filtros, ângulos e matizes distintos em tudo e a respeito de tudo.
Daí a urgência de abandonar as redes sociais como única fonte de informação. Primeiro, porque nelas ficamos na passividade de quem recebe apenas. Segundo, porque não há meios muito consistentes de apuração. E terceiro, porque o algoritmo que as rege mapeia muito mais rapidamente o que a gente quer consumir em termos de informação do que nós mesmos somos capazes de ter consciência.
O que a gente recebe pelas comunidades virtuais, em geral, não é conhecimento. É mera informação. E, não raro, informação enviesada, parcial e intencionada.
Às vezes, muita informação é sinônimo de ignorância.
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(*) Ricardo Lengruber é professor. Doutor pela PUC Rio, tem livros e artigos publicados nas áreas de Educação, Religião e Políticas Públicas. Foi Secretário de Educação em Nova Friburgo, presidente da ABIB e é membro da Academia Friburguense de Letras. Visite www.ricardolengruber.com
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