Não existe "criacionismo". O termo dá a entender que haja uma "teoria científica criacionista". Isso não é verdade!
"Criação" é um termo teológico e como tal deve ser compreendido; precisa ser considerado sob o ponto de vista da fé e circunscrito à leitura da Bíblia (hebraica). Esclareça-se que tal leitura demanda a compreensão que textos bíblicos (antigos, portanto) devem ser interpretados em seu contexto, com o uso de ferramentas adequadas à hermenêutica.
Propor ensinar "criacionismo" é um retrocesso se pensado sob o ponto de vista da educação, porque confunde ciência com fé; esvazia a primeira e banaliza a segunda. Nossa educação já tem mil problemas. Deus nos livre de mais esse!
Mas é um retrocesso, também, do ponto de vista teológico. Se há algo fascinante na fé é seu caráter extraordinário. "Estudar" o criacionismo, nesses termos propostos, é banalizar a ação de Deus e esvaziá-la de sua densidade ético-existencial.
Esse projeto supera tudo: perde a Educação e perde a Teologia; perdem as escolas, perdem as igrejas; enfim, perdem as pessoas, perde a sociedade.