Ricardo Lengruber

25 de dez de 20171 min

NATAL: humanidade, simplicidade e diversidade.


 
O Natal contraria a lógica da religião e inverte seus valores: destrona o céu e dignifica o ser humano.
 

 
Talvez seja por isso que tenha se reduzido sua festa a bolas e enfeites, porque a tentativa de sempre, nos discursos religiosos opressores, é banalizar a realidade. E, às vezes, a forma de fazer isso, por paradoxal que pareça, é por meio da divinização de valores, comportamentos e pessoas.
 

 
Mas, apesar de tudo isso, o menininho nasceu do ventre de uma mulher. É o cúmulo da humanização.
 

 
As histórias sobre a nascimento de Jesus, que estão nos Evangelhos (de Mateus e Lucas, precisamente), foram escritas bem depois das histórias de sua morte e de sua vida. Estão fartamente estilizadas e idealizadas.
 

 
O fato, entretanto, de preservarem a memória da simplicidade de sua família e das condições precárias de tudo que lhe sobreveio no nascimento é sinal de que havia, entre os primeiros cristãos, uma forte crítica ao estilo de vida do Império Romano, especialmente ao que era impingido aos mais pobres.
 

 
E era também um forte depoimento de tolerância e inclusão. Afinal a família de Maria e José devia estar sofrendo (ao menos quando os textos foram escritos) muito preconceito. Mães solteiras ainda sofrem, mas sofreram atrocidades na Antiguidade.
 

 
Por isso, Natal é bem mais (ou menos) que as luzes, comidas e presentes da festa na qual o transformamos.
 

 
Trata-se de uma crítica à desigualdade, denúncia que alimenta a luta por uma sociedade cuja diferença entre indivíduos não provenha do preconceito, da exploração, da dominação ou da exclusão; uma sociedade que valorize a simplicidade e a pluralidade. 

#ricardolengruber #diversidade #bíblia #espiritualidade #jesus #natal

    100
    0