Ricardo Lengruber
24 de jun de 20171 min
Num tempo de espetáculos e vaidades, a memória de João, o Batista, é mais do que inspiradora, necessária.
João remava contra a corrente. Caminhava solitário pelo deserto.
Apontava os equívocos das lideranças constituídas nos palácios e anunciava uma espiritualidade profundamente desprovida da pompa dos templos.
Vestia roupa simples e comia com singeleza e desprendimento.
Seus gestos e palavras estavam repletos de anúncio, denúncia e renúncia.
Quando fora procurado por Jesus, não se furtou de batizá-lo. Sabia da potência da política dos gestos simbólicos.
Mas soube reconhecer seu lugar: "importa que eu diminua e ele cresça".
Teve sua cabeça cortada e servida numa bandeja. Mas viveu pleno e feliz porque descobriu seu lugar. Desde o ventre de sua mãe, quando remexeu a barriga de Isabel ao se encontrar com Maria, já grávida de Jesus.
Sinceramente, acho que esse é o grande desafio da vida. Descobrir-se e descobrir seu lugar.