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Prof. Ricardo Lengruber (ricardo@lengruber.com)

SOBRE OS TIROS EM GOIÂNIA


Tudo que escrevo aqui é apenas reflexão. Fruto exclusivamente do que li e ouvi a respeito. São ilações sem qualquer pretensão de esgotar o assunto. 1. Bullying é assunto sério. Nem tudo que se diz por aí é bullying. Mas bullying existe, sim, e deve ser enfrentado. Nas escolas e nas rodas e redes de amizade. Agressores e paleteia devem ser responsabilizadas. Agredidos devem ser encorajados a denunciar e buscar ajuda. Todos precisam ser convidados a dialogar sobre a questão. Bullying é fruto de preconceito. Aqui está a raiz do problema. Preconceito.

2. Saúde mental é tão séria quanto qualquer outra questão que envolva saúde do corpo, por exemplo. Reconhecer e buscar tratamento é indispensável. É responsabilidade de todos o encorajamento para a busca de auxílio.

3. Armas são feitas para matar. Qualquer discurso de segurança ou proteção que passe pelo uso de armas deve ser relativizado. Armas servem para matar. Quanto menos armas, melhor. Quanto menos gente com acesso a armas, melhor. O resto é lobby da indústria.

4. Profissionais de educação, apesar de tudo que enfrentam, ainda fazem muita diferença no dia a dia das escolas e da sociedade. São como redes de proteção que não permitem que danos maiores ocorram. Diariamente. Mesclam capacidade técnica, olhar atento e amorosidade.

5. A mídia ajuda quando expõe as questões, mas atrapalha muito por focar os holofotes nas tragédias episódicas e negligenciar todo o entorno silencioso.

6. As redes confundem muito. Muitas vozes digladiando por razão. A razão não está aqui ou ali. Mas na complexidade de uma tragédia que tem muitas vítimas, muitos responsáveis, muita causas e muitas consequências.

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