Em cada pessoa, mora dois filhos.
Um que sai corajosa e (às vezes) irresponsavelmente rumo a uma terra desconhecida. Pródigo em intrepidez.
Outro que fica obedientemente em casa. Receia sair, mas amargura-se por ficar. Pródigo em medo.
O primeiro, faz conta de débitos e sente-se sempre um devedor.
O outro, sente-se credor. Porque ficou, considera-se sempre tendo algo a receber.
O pai, todavia, é amoroso. Abraça o que foi, sem muitas perguntas. E acalenta o que ficou, sem muito cobrar. Pródigo em graça.
Todo mundo precisa de um pai. O desafio é aceitar que o pai não necessariamente se confunde com o genitor."